terça-feira, 8 de julho de 2008

Clarice Lispector

Por curiosidade, comprei este livro no aeroporto antes de pegar o vôo para São Paulo. Achei incrível as coisas que Clarice Lispector escrevia! Esta imigrante da Ucrânia que fez amizade com a maioria dos grandes escritores das décadas de 50 e 60 , sob pseudônimos, escrevia para colunas femininas nos grandes jornais e revistas do Brasil e tinha uma visão tão vanguardista que quase tudo parece que foi escrito ontem. Até o mal que o sol faz à pele, o envelhecimento que ele causa precocemente, ela já citava naquela época. Só não cita o câncer de pele, porque ninguém sabia cientificamente os mecanismos ainda. Mas Clarice, como ela mesmo dizia, escrevia instintivamente e notava como a pele ficava seca e enrugada depois de "torrar"no sol.
Aí vai um trecho do livro para você se deliciar com as palavras desta mulher à frente do seu tempo:
Aparência: tudo tem jeito
Você é "moralmente" tão antiquada a ponto de considerar vaidade feminina uma frivolidade? Você já devia saber que as mulheres querem se sentir bonitas para se sentirem amadas.E querer sentir-se amada não é frivolidade.
Se você pensa que "nasceu " assim, e não tem jeito, fique certade que está é desitindo de alguma coisa muito importante: de sua própria capacidade de atrair. Quer saber de uma coisa? Obesidade tem jeito. Cabelos sem vida têm jeito. Tudo tem jeito.
O remédio? O remédio é não ser uma desanimada triste. E outro remédio é ter como objetivo ser um "você mesma" mais atraente - e não o de atingir um tipo de beleza que nunca poderia ser seu.

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